segunda-feira, junho 28, 2010
sábado, junho 26, 2010
Imbecil é Pouco
[caption id="" align="aligncenter" width="409" caption="Do A Voz do Cordel"][/caption]
BIG BROTHER BRASIL, UM PROGRAMA IMBECIL
Autor: Antonio Barreto, natural de Santa Bárbara-BA,
residente em Salvador.
Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.
Há muito tempo não vejo
Um programa tão ‘fuleiro’
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.
Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, ‘zé-ninguém’
Um escravo da ilusão.
Em frente à televisão
Lá está toda a família
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme ‘armadilha’.
Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.
O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.
Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.
Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.
Respeite, Pedro Bienal
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Dar muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.
Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social
Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério – não banal.
Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.
A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os “heróis” protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.
Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.
Talvez haja objetivo
“professor”, Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.
Isso é um desserviço
Mal exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.
É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas baladas:
Corpos “belos” na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.
Se a intenção da Globo
É de nos “emburrecer”
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.
A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.
E vocês caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.
E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.
E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados
Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.
A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.
Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.
Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?
Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal…
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então: siga, animal…
FIM
Encantamento ou Banalização do Mal
[caption id="" align="aligncenter" width="244" caption="Do blog de Carla Fabiana"][/caption]
Vez por outra quando vou a reuniões de professores , ouço alguma “alma bem intencionada” que solta a seguinte questão:“O que eu faço para encantar o meu aluno?” (fato este que chega a dar -me calafrios),e novamente ,esta semana vi esta mesma ideia de encantamento presente na Revista Carta Capital , no artigo a “A arte de encantar”,muito bom por sinal , bem como outras reportagens sobre questões relacionadas a educação, todas de muito bom tom , em geral bem escritas e com coisas muito importantes ao se referir a educação. Porém, uma coisa que me chama a atenção, e que se destaca em meio as outras ideia é o termo “encantamento”. O que me leva a fazer uma pequena consideração a respeito do uso das palavras , pois, se alguma coisa tem força é a palavra , embora, nem todos percebam uma relação direta ou concerta entre o uso desta e os problemas educacionais e sociais que o país e todos nós enfrentamos.
A fim de empreender um caminho para estabelecer a relação entre uma coisa e outra vou tentar explicar em linhas gerais a relação entre a palavra e as coisa e depois estabelecer a relação entre o termo “encantamento” ou “encantar” e os problemas educacionais e o uso deste termo.
Em primeiro lugar basta dizer que as linguagem , a língua falada é algo anterior a palavra escrita , é praticada por todos e possui grande dinamismo partindo da perspectiva da sua capacidade de significar e resignificar o mundo e as coisas , bem como de se reinventar, produzindo novos termos e novos conhecimentos , assim como também são resultados de novos conhecimentos.
Tudo, inclusive o saber, era transmitido através desta , em um período muito remoto, muito anterior a escrita escrita , com o tempo os conhecimentos , assim como as palavras, foram se avolumando tornado-se necessário criar um meio de codificá-los e armazená-los , com o objetivo de evitar a sua perca. Para tanto criaram-se ao redor do mundo diversos códigos de escrita , aos quais chamamos letras ou alfabeto , no nosso caso. Este por sua vez, resultado de um longo processo criativo e coletivo que envolveu , um sem número de mulheres e homem ao longo de seu processo histórico de construção.
Deste processo longo e complexo processo ,resultaram os diversos códigos de escrita adotados pela humanidade , do qual surgiram as palavras.
As palavras são elementos que servem para representar de uma forma codificada , todos os objetos , sentimentos, medos, anseios e todos as coisas tanto aquelas que fazem parte do nosso mundo material, quanto todas outras que estejam presente , naquilo que se faz representar no mundo espiritual , pessoal , material e subjetivo da humanidade e por isso servem para representar o complexo mundo que nos cerca e que estamos sempre a conhecer.
Deste modo as palavras não são simplesmente palavras , mas, antes símbolos, tais como a cruz, a espada e as placas que se acham afixadas em nossas ruas, e entradas, deste modo que, quando falamos em amor, dor, mesa, cadeira , horror, etc. , logo estes termos nos evocam imagens mentais que produzem uma grande conjunto de interpretações , pois, embora, tenhamos em mente o que seja cada uma destas coisas , as imagens e/ou interpretações referentes a cada uma delas variam, ainda , que ligeiramente devido ao fato de não sermos exatamente iguais , no que diz respeito a nossa educação , preferencias , gostos , entre outros aspectos , quanto a nossa subjetividade.
Contudo , mesmo sendo em diferentes em relação a nossas subjetividades, e portanto , também naquilo que esperamos de uma coisa , símbolo ou palavra, existe uma coisa que temos em comum que é a expectativa de bem ou de mal que estas nos evocam. Deste modo a palavra é um símbolo cioso de significados , alguns padronizados e objetivos, o que parece uma coisa contraditória , após a longa exposição que fiz aqui falando a respeito da subjetividade da palavra ,ao que dou a seguinte explicação. Mesmo a palavra e os símbolos aos quias ela representa terem uma noção tão subjetiva estas possuem uma necessária dimensão objetiva , que consiste em determinações que permitem evitar muitas confusões e discussões infinitas a “cerca de”, deste modo termos como a palavra “não” e as expectativa , assim como a dimensão subjetiva que a cercam , possuem um caráter de determinação e objetivação que na maioria das situações e e línguas exprime negação, ou seja , não é não e ponto.
Deste modo a palavra “encantar” ou “encantamento” é um daqueles termos e símbolos que possuem muito mais uma dimensão subjetiva do que objetiva, e confere ao objeto ou aquilo que pretende simbolizar , muito mais sentidos do que aquilo que por si só pretende representar. Deste modo o encantamento , tanto , no sentido do termo quanto aquilo que pretende significar, isto é , o seu caráter de coisa mágica , maravilhosa, sedutora , empoderada, entre outros aspectos, passa do termo ao objeto, a que se atribui este adjetivo e ao qual este representa, bem como as expectativas advindas desta, ganham corpo na imagem da escola , como lugar mágico , ou seja , de encantamento.
Assim o que se espera da Escola, de um modo geral que esta seja o lugar de solução de todos os problemas sociais, onde se “aprende a enxergar”, se aprende a “caminhar” , a “ouvir”, a “falar” etc., o que acaba por se constituir em um caráter messiânico , ou seja, mágico ou em outras palavras, de encantamento que se espera da escola, bem como do professor, pois, se o ambiente educacional é um lugar de encantamento o portador da mágica , neste caso o professor deve possuir uma habilidade inata , o dom supremo, a inteligencia superior , a visão onisciente e onipresente, para entender, e a capacidade de dar respostas aos problemas sociais , morais e materiais de um mundo em desencanto , produzido pelos meios de comunicação, pelo mundo da política , pela realidade social que não oferece oportunidades , de um mundo que vende uma ideia de cidadania baseada no consumo que cria não só a chamada privação relativa e absoluta de bens muitas vezes necessários a manutenção de uma vida digna e tantos outros elementos que tem contribuído não só para o desencantamento do mundo e da realidade , mas, também do próprio espaço escolar.
Deste modo, o termo “encantar” ou “encantamento” refletem uma condição bem como expectativas , que acabam por se frustrar no ambiente escolar , não só por que ele não possui capacidade de preencher todas os sentimentos e anseios, a que o símbolo evoca , mas, também por que os resultados muitas vezes produzidos neste espaço, que muitas gera um certo “que” de encantamento, acabam por se esgotar na realidade que não o valoriza.
O que se necessita para resolver os problemas em um universo tão complicado quanto o da educação?
O encantamento , não da escola, mas, do mundo, que atende pelo nome mágico de cidadania, do qual o espaço escolar é apenas um de seus instrumentos e instituições capazes de produzi-la e não a instância privilegiada ao qual os Cesares Bórgia da vida , querem . tornar o espaço escolar “o bode expiatório e a panaceia de ultima hora. Para ilustrar melhor o tema, basta uma peque na citação retirado do trabalho de Graduação em Psicologia de Guimarães e Carvalho intitulado "UMA ANÁLISE BEHAVIORISTA DA OBRA IL PRINCIPE DE NICCOLÒ MACHIAVELLI”, na qual se lê o seguinte:
Machiavelli, no capítulo VII de Il Príncipe, lembra a ocasião em que César Bórgia, filho de Alexandre VI, apoderou-se da Romanha, destronando seus antigos governantes corruptos que mais roubavam o povo do que propriamente governavam e colocou para governá-la, seu mordomo Ramiro de Orco, dando-lhe total autonomia. Este, por seu turno, conseguiu eficientemente em pouco tempo apaziguar os conflitos ali existentes, conseguindo estabelecer um controle eficaz
conquistando muito respeito e uma boa reputação ante seus súditos. Após esta grande realização de seu mordomo, César Bórgia julgou não mais ser necessário haver tanta autoridade nesse governo, já que receava que a autoridade em excesso se tornasse odiosa. Resolveu então nomear um presidente notório e benquisto a fim de governar esta província. Entretanto, sabia que no passado, devido ações suas rigorosas, tinha-se criado entre a população um ódio contra si e a fim de melhorar sua imagem, conquistando novamente o povo, tentou mostrar que as rígidas crueldades infligidas contra o povo não tinham nele a causa, mas sim decorriam de ações duras e cruéis desse presidente. A fim de “vingar o povo das crueldades desse presidente” matou-o e exibiu-o em um espetáculo público na cidade de Caesena, cortando-o em dois (MACHIAVELLI, 1513/1994).
... servindo-se da oportunidade, fez colocarem-no uma manhã, na praça pública de Caesena, cortado em dois pedaços, com um pau e uma faca ensanguentada ao lado. A ferocidade desse espetáculo fez com que a população ficasse ao mesmo tempo satisfeita e pasmada (MACHIAVELLI, 1513/1994,p.43).
Que em ultima analise remete a imagem que vemos constantemente ,no diz respeito ao espaço escolar e ao profissional da educação, ou seja, o primeiro é visto como um lugar de violência e o segundo como um bruto tirano que a revelia de seu amo, violenta seus súditos . Assim a escola passa de lugar de magicamente de lugar de “encantamento” a lugar de tortura, o professor de detentor do “encanto” a torturador , o ordenador da tortura, vítima. E o espaço escolar a vítima e a réu com apenas uma palavrinha. E deste modo finalmente a escola como espaço encantado, acaba por se afigurar , como o elemento que preenche o espaço do discurso vazio , da falta de ação social e política , cola-tudo social das revistas , noticiários , políticos , programas educacionais furados, e toda sorte de mazelas, da qual em virtude seu papel de ferramenta social e política , neste amontoado problemas e maravilhas chamado Brasil.
terça-feira, junho 22, 2010
domingo, junho 20, 2010
Canção da Semana: Stevie Wonder - A Place In The Sun
quinta-feira, junho 17, 2010
quarta-feira, junho 16, 2010
Ceder
Porque eu tenho que ceder?
Ceder: do Lat. ceder. v. tr., deixar, largar alguma coisa a; transferir a posse ou propriedade de uma coisa a; oferecer, pôr à disposição de; v. int., dobrar, vergar ao peso de; vir abaixo; largar, desistir; renunciar; dar -se por vencido; deixar-se dominar por algum sentimento; fazer a vontade, anuir, recuar.
Que maldita relação de igualdade é essa?
Que bondade existe nisso!
É a tentativa de bondade que exprime burrice e debilidade.
Ceder … Dar-se o tempo todo sem garantias ,não é bondade e falta de amor próprio.
Não cedo , não dou , me nego!
Quem cederá por mim?
Quem se dará por mim?
Ninguém!
Todos ratos , cheios de amor próprio.
Ensimesmados que são. Hipócritas.
Na sua falsa necessidade;
Falsa bondade;
Fartam-se do sangue e do esforço alheio
Meu estômago se contorce por vocês.
Querem que eu ceda?
domingo, junho 13, 2010
Onde os Idiotas Não Tem Vez (Ou Quase)
Seria bem melhor se não fosse fake, mas, mesmo assim vale a diversão.
Ainda Sobre Cãosumismo
Cãosumismo
[caption id="" align="aligncenter" width="440" caption="Do Salada Cultual"][/caption]
Se você é como eu e gosta de assistir um bom filme e também de animais , já deve ter assistido filmes do tipo “Marley e Eu”, “Bethoven: O Magnífico!” , “Sempre ao Seu Lado”, entre outros .
Os filmes e as histórias em si são muito bonitas e comoventes de um modo geral, mas, existe um outro lado que nunca é falado ou tratado quando se pensa nestas películas. A esta altura você deve estar se perguntando do que este cara está falando? Simples ! Do fato destas histórias ,ainda que indiretamente, transformarem os animais em objeto de consumo.
Isto ocorre de uma forma banal e estúpida ,pois, as pessoas assistem o filme , acham bonito, ficam fascinadas e resolvem simplesmente ir até o Pet Shop ou feira mais próxima para adquirir o animalzinho da moda e depois quando os “problemas” com o animal surgem(o animal mia, late, faz cocô, xixi ,etc.) fazem aquilo que costumam fazer com tudo que já não mais lhes interessa , descartam. E aquele belo, caro e bem tratado animal se converte em lixo.
Digo isto porque a algum tempo tenho pensado em ter um animalzinho , mas , moro em um apartamento e tenho pensado no bem-estar do bichinho o qual pretendo adotar.
Isto mesmo ADOTAR, para que comprar um cãozinho ou um gatinho , se existem tantos animais sem dono precisando de um lar. Mas, um lar não é apenas um teto ou um lugar para estar , é aquele lugar que representa refúgio, abrigo e amor, para todo aquele que dele necessita, mesmo um animalzinho.
Portanto, caso esteja lendo este post e assim como eu, esteja pensando em adotar um animalzinho leve em consideração alguns pontos:
1° Um bichinho de estimação não é brinquedo;
2º Você deve estar disposto a dar amor e comprometimento;
3° Ter em mente disponibilidade de espaço e tempo para seu animalzinho;
4° Dar os alimentos , vacinas e o carinho necessário;
5° Sobre tudo respeito a vida e aos animais.
Estas são apenas algumas indicações mínimas para quem deseja adotar um animal, pois assim como você e eu os animais possuem sentimentos . Simplificando Schopenhauer , “Tudo o que vive sofre.” e a dor do sofrimento é igual para todos , por isso a necessidade de respeito e amor ao próximo, mesmo que o próximo seja um cão ou um gato que vagem tristemente pela rua e quem sabe durma em frente a calçada de sua casa.
[caption id="" align="aligncenter" width="264" caption="Caricatura de Arthur Schopenhauer, por Wilhelm Busch"][/caption]
sábado, junho 12, 2010
sábado, junho 05, 2010
Partes de Mim
[caption id="" align="aligncenter" width="431" caption="Site da Nasa"][/caption]
A cada um que passa por mim
Sem querer entrego uma parte de mim
A cada um que se aparta de mim
Aparta-se uma parte minha
Sigo assim
Mutilado
Amputado de mim mesmo
Por vezes, sinto a presença daquelas partes que se foram
Assim, como um amputado sente falta do membro que um dia possuiu
Então sinto coceiras , cocegas, arrepios
Volto o meu olha em direção as partes que incomodam
Nada encontro , somente o lugar vazio
Mas, as partes que me foram tiradas, a quais eu dei sem perceber
Não morreram, nem jazem em suas sepulturas
Caminham por aí
Por vezes as encontro aqui e ali
Entre eu e elas não existe mais relação
Olhares frios cortam o ar
As partes se entreolham
Um vínculo de mal-estar se estabelece
O desejo de tronar-se novamente um é latente;
Pulsante,
Pungente!
Mas,... parte amputada é parte amputada
A medicina já resolveu boa parte das questões que dizem respeito ao corpo
Resta saber quem fará o mesmo em relação a alma
Por que resisto assim ? Mesmo dilacerado?
Por um milagre
Milagre para o qual apenas a natureza tem explicação
E atende pelo nome de regeneração