

Mas, então! Eis que de súbito algo de maravilhoso lhe ocorreu! Encontrou algo em seu caminho que fez com que reduzisse sua frenética jornada. A principio não era uma coisa vista como objeto de grande valor pelos outros corredores, que muito brevemente passavam por ele, e estes apenas para zombá-lo! O que teria feito este corredor deter-se tão demoradamente?! Tratava-se de uma singela e bela flor que embora muito simples, era dotada de um irresistível perfume e doçura sem par! Entretanto não pode tomá-la para si, pode apenas admira-la! Mas, não pode deixar de reparar em si na mudança que esta flor havia operado. Já não tinha mais tanta pressa passou então a caminhar à passos leves e tranqüilos! A caminhada e o caminho pareciam-lhe mais leves e amistosos. De súbito um outro ânimo encheu-lhe o espírito! A estrada agora estava mais colorida, enfeitada e afável. Sentia agora a brisa de verão tocar-lhe o corpo e o perfume das flores que rodeavam o caminho. Logicamente que o desejo de correr não o havia deixado completamente e nem todo o caminho havia tornado-se totalmente amistoso. Sabia por experiência que este era cheio de pedras e de altas montanhas e que estas podiam ser precedidas de outras, mais tortuosas! Optou por não se deixar abater por isso! Agora tinha novo ânimo e procurava por aquilo que realmente lhe faltava, uma coisa que pertencia apenas a ele, o objetivo para sua jornada e que permaneceria oculto em seu coração. Caminhando em seu passo lento ele seguiu encontrando os demais corredores, e estes ainda correndo! Ultrapassou-os facilmente seguindo seu ritmo suave. Já estavam exaustos da peregrinação sem sentido e mesmo assim insistiam. Ficou triste por eles, tentou ajuda-los. Pensou consigo mesmo que não poderia auxiliá-los porque cada corrida é uma corrida e que cada corredor é único e que os objetivos e caminhos trilhados por cada um são escolhas pessoais de maneira que qualquer conselho seria inútil, portanto, seguiu o seu destino.
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