Discussões Sem Limites

Ultimamente tenho assistido a uma série de TV bem bacana no canal da Fox chamada “Justiça Sem Limites” (Boston Legal- nome original) que basicamente trata do seguinte enredo:

“Alan Shore (Spader) e Denny Crane (Shatner) lideram uma brigada de milionários processos em um prestigiado escritório de advocacia de Boston, chamado Crane, Poole & Schimdt, em uma série focada na vida pessoal e profissional de um grupo de brilhantes e emotivos advogados.

Entre os integrantes da empresa está Brad Chase (Mark Valley), um jovem e arrojado advogado de Washington recrutado para vigiar Denny Crane, o 'derrotado' e 'maluco' sócio sênior, que pode vir a dar problemas à firma. Ele logo se vê em uma particular disputa com o colega Alan, um excelente advogado de métodos nada convencionais e caráter duvidoso. Brad Chase, na quarta temporada (2007), tem suas aparições consideravelmente diminuídas, ao passo que os personagens de Denise, Paul e Claire simplesmente desapareceram, o que é bastante comum nesta série ao longo de suas temporadas, dando-lhe um especial charme.

Durante a primeira temporada ocorre a entrada da personagem Shirley Schimidt (Bergan), sócia sênior que tem a missão de reorganizar o escritório e fazer com que dê lucro. Também é uma antiga paixão de Denny, que passa a querer provar que ainda é o melhor advogado da cidade.

O seriado tem uma ação dinâmica e humor negro, confrontando os problemas sociais e morais enquanto os advogados tentam conquistar fama, fortuna e felicidade. “

O fato que me chamou a atenção para este seriado são as discussões filosóficas e sociais que ele apresenta, sobre vários assuntos bastante modernos, como por exemplo: internet, ética, direitos individuais, entre vários outros aspectos que tornam a série bastante atrativa e dinâmica. Esta semana me chamou bastante a atenção uma discussão que permeou um episódio e que tratava entre outras coisas do distanciamento entre as pessoas devido não só as novas tecnologias ,mas, também sobre a falta de compreensão existente nas sociedade com as pessoas de certa forma diferentes, e de como estas coisas se alimentam. Pois de certa forma a internet e os meios que ela oferece (orkut, msn, my space, bolgs, etc.) de um modo geral criam uma falsa idéia de encurtamento de distância entre as pessoas ,que acaba por distancia-las de uma vida real e de um contato real entre elas. Estas de um modo geral têm uma grande necessidade de afeto, isto faz com que os indivíduos procurem se refugiar nestes meios, criando máscaras sociais. Só que estes não suprem a necessidade humana do contato real e segundo a fala de uma das personagens (que em um momento de desespero ligou para uma espécie de CVV e deparando- se com um menu eletrônico), “o calor de uma voz humana”, experiências segundo ele “que não possuem um valor que não pode ser quantificado”, fazem refletir o quando estas coisas são realmente valorizadas ou banalizadas?! O quão superficial e individualizadas as relações tornaram-se? O modelo de sociedade que está sendo construído? Tudo converge para o fato que a interação direta dos indivíduos não é apenas algo contingente,mas, extremamente indispensável para a sanidade social , para que os seres humanos possam definir-se como tal , pois, o que no limite faz destes tais e os determina como tal, é a relação de interação , o contato entre estes. Em outras, palavras o que faz do ser humano, humano é o contato e a relação com outros seres humanos. Portanto a virtualização da vida social é (levando-se em conta todos os seus benefícios)é um tiro no pé da humanidade , pois, o que será da humanidade sem Humanidade?!