Esta semana senti um pouco de saudades quando lembrei da minha infância. Não que ela tenha sido inteiramente boa ou totalmente despreocupada em certos momentos , ela passou longe disto,mas, no frigir dos ovos, o saldo foi positivo.
O que mais me chamou a atenção nestas lembranças era o grau de liberdade e as inúmeras possibilidades (pra não dizer quase infinita) de diversão promovida pela rua , amigos e a vizinhança de um modo geral.
As brincadeiras se desenrolavam de todos os modos possíveis e imagináveis, e consistiam em muito mais que a pelada com a molecada da rua, pois haviam , o esconde-esconde, mãe-pega, polícia e ladrão, balança-caixão,estátua, detetive (não esse de caixinha), caçador(queimada), cinco-marias, amarelinha, pular tábua e a minha preferida o carrinho de lata de leite em pó.
Diversão humilde de criança humilde, mas, que fazia alegria da criançada, da mais humilde à mais abastada. .
O fato era que quando uma nova brincadeira surgia logo virava moda . E como tal, o carrinho era algo que volta e meia estava em alta. Sonho de consumo simples de toda a criançada do bairro.
O brinquedo consistia basicamente de uma lata , destas comuns de leite em pó e que as pessoas jogam fora todos os dias. Pois bem! A lata era então furada dos dois lados (na tampa e no fundo) bem no centro , depois passava-se um arame pelos furos e enchia-se a lata de areia ou terra , fechava-se tudo muito bem , e atava-se firme o arame com outro que servia de puxador, e estava pronto o brinquedo.
Brinquedo este feito a princípio pelos pais e depois imitado e desenvolvido pelas crianças , que cuidavam de reproduzi-lo nas mais diversas variações possíveis. Por vezes o carrinho era composto por apenas uma lata, outras por duas , ao gosto do dono , que podia ser um menino ou uma menina , a brincadeira não tinha gênero, afinal criança é criança, e brinquedo é brinquedo , e para os dois não existem estas baboseiras de adulto.
Assim as crianças corriam para lá e para cá com seus carrinhos, competiam , disputavam corridas , iam ao supermercado ou qualquer lugar que fosse arrastando (para o desespero dos país) o tal brinquedo a qualquer lugar que fossem.
Há! Como era bom!
6 comentários:
Outro dia eu estava mesmo contando pra Gisele sobre o quanto eu brinquei com essas "carretinhas" de latas!
Nossa! A tal carretinha era show! Ainda hoje lembro do barulhinho que ela fazia enquanto eu a puxava de um lado para o outro! :)
Ola caro amigo, boa noite... li esta matéria, e viajei no tempo, lembro o quanto me diverti com esses carrinhos...
Parabéns.. grande abraço
Uma viajem muito boa com certeza!
É de um tempo onde brincar não era algo complicado , não exigia prática e nem tão pouco habilidade, apenas, um pouco de imaginação!
Obrigado por seu comentário.
Eu também tive a minha "FROTA" de caminhões desse tipo.Brincava o dia todo.Sem contar as corridas nos carrinhos de rolimã.Muito bom aquele tempo.Pena que as crianças de hoje não tem essa liberdade para se divertirem.Por isso cada vez mais vemos a juventude com problemas de saúde.TEMPO BOM QUE NÃO VOLTA MAISSSS.
Já refleti bastante a respeito disto e acredito que em cada tempo ser criança tem um significado diferente, no entanto, penso às vezes, que existe mesmo uma certa falta de liberdade, mesmo da capacidade da descoberta de si e do outro e da alegria de brincar, que videogame e/ou pc, jamais darão conta. Coisas da vida...
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