sexta-feira, julho 30, 2010

Pequena Meditação



E chegam as férias . Tempo de descansar, descontrair e relaxar. Tempo de colocar as coisas da vida que são deixadas de lado no stress do dia a dia , de tomar contato consigo mesmo.


Tudo dentro do normal e da rotina, nem tanto. O que ocorre muitas vezes é uma relação diametralmente oposta. Pois, o tomar contato consigo mesmo pode ser algo assustador, quase terrível. Isto por que , este momento em certos aspectos causa uma certa “desalienação”.


Esta “desalienação” e este contato consigo mesmo , não ocorre de repente nem de uma hora para a outra. A coisa vai se sucedendo aos poucos , e pode ocorrer da seguinte forma:


Um monte de coisas empilhadas, papéis, correspondências, livros e vez por outra; algumas fotos , todas ali, ao alcance constante da mão e do olhar, mas, totalmente invisíveis ao corre-corre quotidiano, entre os papeis e livros, aquele bilhete importante que não deveria ter sido esquecido e foi.


O livro que se desejava , ardentemente ler e não foi lido , entre tantos outros lidos pela metade.


Aquelas fotos tão preciosas , dos amigos , parentes e pessoas queridas, algumas presentes e correntes, outras que não vistas há muito tempo e aquelas as nunca mais poderão ser vistas.


Do desejo de ter dito a todas elas aquilo que se passava na mente e no coração tanto nos momentos de raiva, quanto de amor.


Daí corre-se para o espelho, e pergunta-se , onde foi parar aquela pessoa tão apaixonada , tão cheia de sonhos e o que foram feitos deles. Então percebe-se que o trabalho , o estudo e todas as demais atividades triviais , assim como aquelas necessidades tão “urgentes” do dia a dia , são de fato nada!


Apenas, uma fuga , para não pensar . Uma auto fuga , que acaba tendo como único ponto de início e fim em si mesmo.


“… Falamos da vida — e não de ideias, de teorias, de práticas ou de técnicas. Falamos para que olhe esta vida total, que é também a sua vida, para que lhe dê atenção. Isso significa que não pode desperdiçá-la. Tem pouquíssimo tempo para viver, talvez dez, talvez cinquenta anos. Não perca esse tempo. Olhe a sua vida, dê tudo para a compreender.” Jiddu Krishnamurti

2 comentários:

Leandro disse...

Concordo plenamente!
O grande problema das férias é que, após a primeira semana, os "compromissos" vão-se minguando e o que toma corpo é o próprio "eu", sempre aterrador.

professorhb disse...

Nem me fale! :)