Esta manhã acordei com o desejo de escrever algo , depois pensei comigo mesmo para que?
Pensei de súbito naquele momento , o que isso queria dizer. Será que o meu pensar vale tão pouco, será que não posso contribuir em algo, para alguma coisa ou para alguém, para o mundo.
Faz algum tempo uma certa sensação de impotência frente as coisas e o mundo, parece ter tentado se apoderar de mim, na forma de um pragmatismo.
Pragmatismo que como dizia o poeta, nos impõe uma "ditadura da utilidade" , onde todo movimento para justificar-se tem que se dar dentro de uma lógica de utilidade. Esta forma de enfrentar e encarar a vida , que se impõe como um dilema a ação humana , me parece bastante dramática e não é particularmente minha. Posto que, a tenho observado ( e talvez ela a mim) em vários setores da vida , no trabalho, na Universidade, na roda de amigos, etc. , sempre com a desculpa da economia mental, deste modo nos alienamos todos, e vagarosamente, vamos nos ausentando da vida e de nós mesmos. Na medida em que em nome deste desejo de gesto útil e de uma pertença economia , nos tornamos cada vez menos nós mesmo entrincheirados em um mundinho pequeno e restrito, deixamos de viver, para o bem e/ou para o mau a nossa existência, consumidos pelo trabalho , pela família , pelas contingências, e nos deixamos levar , acreditamos de fato, que pensamos e que assim escolhemos , que não fomos determinados por outrem, ou qualquer coisa que o valha.
Assim, corremos o sério risco de partilhar do mesmo destino de Gregor Sansa , que metamorfoseado em inseto, vítima de um destino indescritivelmente bizarro, depois de tanto fazer , perceber que nada havia feito, e logo jazia envolto ao silêncio e a indiferença em relação a vida que à sua revelia prosseguia.
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