De repente gritos, por vezes estrondosos , vozes esganiçadas em meio ao movimento e ao barulho da cidade, dirijo-me a janela , na ânsia de saber o que está ocorrendo em meio àquele estardalhaço.
Observo sob a vista segura da janela um panorama dantesco onde homens e mulheres brigam , riem, choram e se contorcem em torno de cachimbos improvisados em latas de refrigerante, é o crack.
Uma legião regular de usuários da droga, são rostos familiares , quotidianos ,mas, no entanto, anônimos , pois, não os conheço de fato.
Muitas vezes , em conversas diárias com colegas de trabalho, emerge a imagem vívida dos zumbis, que se arrastam por aí em busca do que se alimentar. Olhos vazios, mãos estendidas, solicitam alguns trocados sob o pretexto da fome, que não é a de comida.
Legiões espalham-se pelas esquinas , calçadas ou qualquer lugar que possa servir como abrigo, parecem seres ocos , sua razão de existir parece residir única e exclusivamente no gás aspirados das latas.
Mas, isto tudo é senso comum... Não sou capaz de fazer nada à respeito do quadro que visualizo frente a janela, contemplo silenciosamente o caos.
Os caçadores de zumbi se aproximam ! Trazem a cura , arma em punho , cassetete e giroflex, em vão tentam dominar a situação , no entanto, os rostos se multiplicam – e segundo uma advertência de um colega- perderam a familiaridade, se renovam a cada instante.
O caos cresce e a visão que tenho daqui é àquela terrivelmente semelhante as daqueles filmes de zumbi, ao estilo Madrugada dos Mortos e Walking Dead, com uma só diferença; a de que os filmes tem um desfecho, para o bem ou para o mal.
[caption id="" align="aligncenter" width="491"] Do:Quarto Geek[/caption]
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