sábado, março 27, 2010

Política , Falácia e Porrete: No meu País Educação Se Faz Assim!




[caption id="" align="aligncenter" width="385" caption="Do blog do Bruno Pereira"][/caption]

"Quando observamos a quantidade e a variedade dos estabelecimentos de ensino e de aprendizado, assim como o grande número de alunos e professores, é possível acreditar que a espécie humana dá muita importância à instrução e à verdade. Entretanto, nesse caso, as aparências também enganam. " Schopenhauer








Parece uma coisa meio cíclica e talvez recorrente que de tempos em tempos ouvimos coisas, que não se assemelham em nada ao que se evidenciam na prática discursiva e política país à fora.







“O Brasil precisa respeitar os professores!”

“Vamos melhorar a qualidade da educação e fazer o país avançar!”

“Que no Japão o imperador presta reverencia ao professor !”

“Ser professor é um sacerdócio!”

“Os professores são anjos enviados por Deus!”

E toda a sorte de baboseiras pseudo- interessadas e ideológicas. E que não se interessam de fato , com o único bem que não dá em árvores. Fruto de uma construção e de um esforço quotidiano , constantemente desacreditado , solapado e desautorizado de forma sistemática, por políticos , jornais e meios de comunicação em geral. Este bem , tão precioso a cultura , bem como o profissional dela portador. Quem sabe em algum lugar da mente desta gente o que exista de verdade na relação professor , escola, sociedade e cultura , seja a frase creditada a Goebbels um dos generais de Hittler:


“Quando ouço falar em cultura, pego logo a pistola”





Política , Falácia e Porrete: No meu País Educação Se Faz Assim!




[caption id="" align="aligncenter" width="385" caption="Do blog do Bruno Pereira"][/caption]

"Quando observamos a quantidade e a variedade dos estabelecimentos de ensino e de aprendizado, assim como o grande número de alunos e professores, é possível acreditar que a espécie humana dá muita importância à instrução e à verdade. Entretanto, nesse caso, as aparências também enganam. " Schopenhauer








Parece uma coisa meio cíclica e talvez recorrente que de tempos em tempos ouvimos coisas, que não se assemelham em nada ao que se evidenciam na prática discursiva e política país à fora.







“O Brasil precisa respeitar os professores!”

“Vamos melhorar a qualidade da educação e fazer o país avançar!”

“Que no Japão o imperador presta reverencia ao professor !”

“Ser professor é um sacerdócio!”

“Os professores são anjos enviados por Deus!”

E toda a sorte de baboseiras pseudo- interessadas e ideológicas. E que não se interessam de fato , com o único bem que não dá em árvores. Fruto de uma construção e de um esforço quotidiano , constantemente desacreditado , solapado e desautorizado de forma sistemática, por políticos , jornais e meios de comunicação em geral. Este bem , tão precioso a cultura , bem como o profissional dela portador. Quem sabe em algum lugar da mente desta gente o que exista de verdade na relação professor , escola, sociedade e cultura , seja a frase creditada a Goebbels um dos generais de Hittler:


“Quando ouço falar em cultura, pego logo a pistola”





domingo, março 21, 2010

Divagando

Divagando

Se Inveja Matasse...



[caption id="" align="aligncenter" width="430" caption="Sobre a pirataria de livros no Peru. Imagem do Blog A Biblioteca de Raquel."][/caption]


Ontem a noite vi uma notícia na Folha online que me deu uma inveja danada. As pessoas estão pirateando livros no Peru. Calma! Não é uma defesa em favor da pirataria. Mas, uma constatação bastante interessante , pois , isto significa um desejo por uma demanda reprimida por cultura e lazer , propiciados pela leitura, em um país aonde a pobreza parece se explicitar na vida material , mas, não mental e espiritual.


Digo isso fazendo uma comparação com o Brasil , aonde existem vários meios de acesso a leitura , com obras clássicas que podem ser adquiridas por preços ínfimos , as vezes , por menos de um real , e, mesmo assim não atraem ninguém.


Sinto inveja também pelo fato da discussão suscitada em torno dos meios culturais , que por este motivo ocorrem no país em questão, enquanto que aqui, as discussões giram em torno das vendas dos telões de plasma ou LCD, o paredão do BBB e modinhas musicais de uma palavra só e meia nota musical. Este estado de coisas é mesmo uma miséria cultural.


Sei por outro lado que isto não é despropositado , já que enquanto este estado se mantiver o status quo se mantem, as coisas não se modificam e quem está no comando da sociedade se mantem, a mediocridade persiste e o país bem como o povo não avançam. E o vaticínio do Osvaldo Aranha de que “O Brasil é um deserto de homens e de ideias.”, vai se cumprindo e o complexo de “vira-latas” do brasileiro , vai se firmando.

Se Inveja Matasse...



[caption id="" align="aligncenter" width="430" caption="Sobre a pirataria de livros no Peru. Imagem do Blog A Biblioteca de Raquel."][/caption]


Ontem a noite vi uma notícia na Folha online que me deu uma inveja danada. As pessoas estão pirateando livros no Peru. Calma! Não é uma defesa em favor da pirataria. Mas, uma constatação bastante interessante , pois , isto significa um desejo por uma demanda reprimida por cultura e lazer , propiciados pela leitura, em um país aonde a pobreza parece se explicitar na vida material , mas, não mental e espiritual.


Digo isso fazendo uma comparação com o Brasil , aonde existem vários meios de acesso a leitura , com obras clássicas que podem ser adquiridas por preços ínfimos , as vezes , por menos de um real , e, mesmo assim não atraem ninguém.


Sinto inveja também pelo fato da discussão suscitada em torno dos meios culturais , que por este motivo ocorrem no país em questão, enquanto que aqui, as discussões giram em torno das vendas dos telões de plasma ou LCD, o paredão do BBB e modinhas musicais de uma palavra só e meia nota musical. Este estado de coisas é mesmo uma miséria cultural.


Sei por outro lado que isto não é despropositado , já que enquanto este estado se mantiver o status quo se mantem, as coisas não se modificam e quem está no comando da sociedade se mantem, a mediocridade persiste e o país bem como o povo não avançam. E o vaticínio do Osvaldo Aranha de que “O Brasil é um deserto de homens e de ideias.”, vai se cumprindo e o complexo de “vira-latas” do brasileiro , vai se firmando.

sábado, março 20, 2010

Canção da Semana:Wilson Simonal - Sá Marina





Canção da Semana:Wilson Simonal - Sá Marina





Lubuntu Beta 1 : A Nova Fronteira

[caption id="" align="aligncenter" width="475" caption="Imagem do Blog do André Godim"]Imagem do Blog do André Godim[/caption]


Esta semana tive a “brilhante” ideia de instalar um terceiro sistema operacional em meu computador. O resultado foi um desastre! Coisa de “orelhudo”, que gosta de fuçar em tudo!
Mexe da li, mexe daqui e nada, a coisa foi feia , como resultado , tive de formatar o HD e recomeçar do zero. E já como já tinha feito uma burrada mesmo, resolvi dar sequencia a coisa instalei o Lubuntu na versão 10.04  Beta 1 , só pra ouvir o barulho. Para minha surpresa , até agora nada de errado. O sistema é leve , deu para instalar via Synaptic o OpenOffice 3.2 (que não vem instalado) , o FireFox 3.6 ( o brouser padrão é o Chromiun do Google) e o Wine , para rodar algum programa caso sinta alguma nostalgia dos programas da plataforma Windows.
O sistema é bem leve , limpo e até agora estável, embora, já tenham me aparecido algumas janelinhas indicando que algum programa tentou instalar e não consegui, o que provavelmente deveria ser algum trojan! Além do mais, seria perfeitamente normal ocorrer algum problema ou instabilidade , uma vez que , se trata de uma plataforma em processo de desenvolvimento,mas, nada que seja de fato preocupante. Se você for louco o bastante , aventureiro ou xereta , clique aqui baixe o sistema e use por sua conta e risco. O máximo que pode acontecer é você gostar ou ter de formatar seu HD e iniciar do zero, nada que possa assustar um curioso de plantão. :)

Lubuntu Beta 1 : A Nova Fronteira

[caption id="" align="aligncenter" width="475" caption="Imagem do Blog do André Godim"]Imagem do Blog do André Godim[/caption]


Esta semana tive a “brilhante” ideia de instalar um terceiro sistema operacional em meu computador. O resultado foi um desastre! Coisa de “orelhudo”, que gosta de fuçar em tudo!
Mexe da li, mexe daqui e nada, a coisa foi feia , como resultado , tive de formatar o HD e recomeçar do zero. E já como já tinha feito uma burrada mesmo, resolvi dar sequencia a coisa instalei o Lubuntu na versão 10.04  Beta 1 , só pra ouvir o barulho. Para minha surpresa , até agora nada de errado. O sistema é leve , deu para instalar via Synaptic o OpenOffice 3.2 (que não vem instalado) , o FireFox 3.6 ( o brouser padrão é o Chromiun do Google) e o Wine , para rodar algum programa caso sinta alguma nostalgia dos programas da plataforma Windows.
O sistema é bem leve , limpo e até agora estável, embora, já tenham me aparecido algumas janelinhas indicando que algum programa tentou instalar e não consegui, o que provavelmente deveria ser algum trojan! Além do mais, seria perfeitamente normal ocorrer algum problema ou instabilidade , uma vez que , se trata de uma plataforma em processo de desenvolvimento,mas, nada que seja de fato preocupante. Se você for louco o bastante , aventureiro ou xereta , clique aqui baixe o sistema e use por sua conta e risco. O máximo que pode acontecer é você gostar ou ter de formatar seu HD e iniciar do zero, nada que possa assustar um curioso de plantão. :)

Som do Silêncio II






Por estes dias uma canção não tem saído da minha mente, toca indefinidamente, de tempo em tempo, a qualquer instante e momento. É uma melodia relativamente antiga, velha para alguns e jurássica para outras. Tem uma a sutileza e a rudeza das obras, prédios e ruas da cidade , que por vezes parece estar materializado nos olhos vazios e embotados das pessoas  que circulam pelas ruas.


Da solidão e da indiferença que se fazem presente em todos os lugares e momentos, afinal “Uma multidão não é companhia e nem tão pouco rostos familiares fazem amigos” , neste panorama as pessoas caminham impassíveis para rumo ignorado.


Por vezes , nos muitos ônibus que apanho diariamente , me detenho a observar as pessoas que partilham aquele espaço comigo, vejo a mãe que cuida do filho , a velha senhora que reclama da vida ou simplesmente faz seu tricô, o sono do trabalhador que se acha cansado pelo dia duro de trabalho ou pela noite mal dormida e os adolescentes barulhentos no fundo do coletivo, mas, apesar de todo este movimento o silêncio reina solene. O silêncio que reina é um silêncio diferente ,   algo perturbante , já que como na canção :


“Pessoas conversando sem estar falando.


Pessoas ouvindo sem estar escutando


Pessoas escrevendo canções


Que vozes jamais compartilharam


Ninguém desafiou


Perturbar o som do silêncio”.


Havia algo de quase melancólico neste silêncio, que é o silêncio do individualismo , que talvez seja o grande mal que se espalha e corroê os espíritos, tornando-os envelhecidos e passivos. Não obstante a este silêncio, ainda existe o espírito da juventude que se explicita na algazarra dos jovem , que inconscientemente se apercebem deste estado de coisas . E que quando calados , respondem ou dialogam , por meio dos muros ,  mensagem sem nexo nas paredes dos ônibus e terminais e que de uma forma ou de outra buscam romper com este estado de coisas, embora, estes gritos em meio ao silêncio , muitas vezes não tenham eco, eles fazem-se ouvir rompendo ‘o som do silêncio” que persistem em permanecer.

Som do Silêncio II






Por estes dias uma canção não tem saído da minha mente, toca indefinidamente, de tempo em tempo, a qualquer instante e momento. É uma melodia relativamente antiga, velha para alguns e jurássica para outras. Tem uma a sutileza e a rudeza das obras, prédios e ruas da cidade , que por vezes parece estar materializado nos olhos vazios e embotados das pessoas  que circulam pelas ruas.


Da solidão e da indiferença que se fazem presente em todos os lugares e momentos, afinal “Uma multidão não é companhia e nem tão pouco rostos familiares fazem amigos” , neste panorama as pessoas caminham impassíveis para rumo ignorado.


Por vezes , nos muitos ônibus que apanho diariamente , me detenho a observar as pessoas que partilham aquele espaço comigo, vejo a mãe que cuida do filho , a velha senhora que reclama da vida ou simplesmente faz seu tricô, o sono do trabalhador que se acha cansado pelo dia duro de trabalho ou pela noite mal dormida e os adolescentes barulhentos no fundo do coletivo, mas, apesar de todo este movimento o silêncio reina solene. O silêncio que reina é um silêncio diferente ,   algo perturbante , já que como na canção :


“Pessoas conversando sem estar falando.


Pessoas ouvindo sem estar escutando


Pessoas escrevendo canções


Que vozes jamais compartilharam


Ninguém desafiou


Perturbar o som do silêncio”.


Havia algo de quase melancólico neste silêncio, que é o silêncio do individualismo , que talvez seja o grande mal que se espalha e corroê os espíritos, tornando-os envelhecidos e passivos. Não obstante a este silêncio, ainda existe o espírito da juventude que se explicita na algazarra dos jovem , que inconscientemente se apercebem deste estado de coisas . E que quando calados , respondem ou dialogam , por meio dos muros ,  mensagem sem nexo nas paredes dos ônibus e terminais e que de uma forma ou de outra buscam romper com este estado de coisas, embora, estes gritos em meio ao silêncio , muitas vezes não tenham eco, eles fazem-se ouvir rompendo ‘o som do silêncio” que persistem em permanecer.

sábado, março 13, 2010

Vida Selvagem II





[caption id="" align="aligncenter" width="342" caption="By Madcap"][/caption]

Bicho terrível e medonho é o tal camaleão ! Com aquele olhar soturno, estranho e eficaz, capaz de apreender todas as coisas. Muda de cor todo o tempo, coisa que não permite que os outros animais possam distingui-lo, fato que o torna traiçoeiro e perigoso. Não aos grandes animais é claro! Possui uma língua , muito precisa com tamanho relativamente proporcional ao seu corpo, e capaz de alcançar qualquer animal que esteja a seu alcance. Verdade que essa criatura, graças a estas habilidades, pode nos poupar de muitos problemas e pragas tais como: os gafanhotos, baratas e alguns roedores, porém , acaba por abater mesmo aqueles que não merecem. Assim , com seu disfarce e outros dotes que a natureza lhe proporcionou, acaba por devorar também as borboletas , os vagalumes e até mesmo os filhotes de alguns animais, que nem chegaram a se desenvolver completamente. Portanto, borboletas , vagalumes e filhotes cuidado! Pois, por mais que o camaleão pareça  atraente e interessante, ele não pode negar sua natureza por muito tempo , algo inerente a sua existência , fatal para a presa.




Vida Selvagem II





[caption id="" align="aligncenter" width="342" caption="By Madcap"][/caption]

Bicho terrível e medonho é o tal camaleão ! Com aquele olhar soturno, estranho e eficaz, capaz de apreender todas as coisas. Muda de cor todo o tempo, coisa que não permite que os outros animais possam distingui-lo, fato que o torna traiçoeiro e perigoso. Não aos grandes animais é claro! Possui uma língua , muito precisa com tamanho relativamente proporcional ao seu corpo, e capaz de alcançar qualquer animal que esteja a seu alcance. Verdade que essa criatura, graças a estas habilidades, pode nos poupar de muitos problemas e pragas tais como: os gafanhotos, baratas e alguns roedores, porém , acaba por abater mesmo aqueles que não merecem. Assim , com seu disfarce e outros dotes que a natureza lhe proporcionou, acaba por devorar também as borboletas , os vagalumes e até mesmo os filhotes de alguns animais, que nem chegaram a se desenvolver completamente. Portanto, borboletas , vagalumes e filhotes cuidado! Pois, por mais que o camaleão pareça  atraente e interessante, ele não pode negar sua natureza por muito tempo , algo inerente a sua existência , fatal para a presa.




Por E-mail

Dizer algo mais seria tremendamente redundante. Além de repetir tudo que já disse aqui em diversas ocasiões.

Por E-mail

Dizer algo mais seria tremendamente redundante. Além de repetir tudo que já disse aqui em diversas ocasiões.

segunda-feira, março 08, 2010

Pálido Ponto Azul

By Nerd Fighters

Quando assisti este vídeo , me lembrei das manhãs de sábado, de quando eu era criança e acordava bem cedinho só para assistir a série Cosmos , com o Carl Sagan. De fato eu sempre achei muito poética a forma como ele apresentava o Universo , suas nuances e nosso lugar em todo aquele embrolho sideral.


Bons tempos!






Pálido Ponto Azul

By Nerd Fighters

Quando assisti este vídeo , me lembrei das manhãs de sábado, de quando eu era criança e acordava bem cedinho só para assistir a série Cosmos , com o Carl Sagan. De fato eu sempre achei muito poética a forma como ele apresentava o Universo , suas nuances e nosso lugar em todo aquele embrolho sideral.


Bons tempos!






domingo, março 07, 2010

Amizades , Capital e Leminski


De uns dias para cá tenho refletido muito (como já o fiz outras vezes) à respeito do valor da amizade.


Acredito e penso que que não esteja solitário em minha opinião, de que cada vez mais, estamos perdendo o sentido e o valor deste bem ou patrimônio tão importante. Este bem tem se perdido em meio a um mar de vaidades e desejos, onde todos em algum momento , seja de modo inconsciente ou não, busca se utilizar desta como meio para alcançar os seus fins, seja lá quais forem.


Acredito que em algum momento todos nós de uma forma ou outra acabemos envolvidos neste panorama sombrio , porém real. É o ocaso da humanidade! Tudo é lucro , tudo é prejuízo e a amizade e outros valores (veja só valores!) , são cada vez mais, medidos de maneira objetiva , como se faz com o dinheiro ou um bem comercializável qualquer.


Em certo momento , no alto desta reflexão , um aluno veio a mim com um texto do Paulo Leminski sobre a “Ditadura da Utilidade” e que em certos aspectos traduz de modo muito mais coerente e sucinto este meu sentimento de indignação , de forma que acrescento aqui o dito cujo.


E sem mais delongas o dito texto:


( Pensei colocar só trecho em questão , mas, no ultimo momento resolvi que deveria , citá-lo por completo)



Inutensílio


A ditadura da utilidade


A burguesia criou um universo onde todo gesto tem que ser útil. Tudo tem que ter um para quê, desde que os mercadores, com a Revolução Mercantil, Francesa e Industrial, substituíram no poder aquela nobreza cultivadora de inúteis heráldicas, pompas não rentáveis e ostentosas cerimônias intransitivas. Parecia coisa de índio. Ou de negro. O pragmatismo de empresários, vendedores e compradores, mete preço em cima de tudo. Porque tudo tem que dar lucro. Há trezentos anos, pelo menos, a ditadura da utilidade é unha e carne com o lucrocentrismo de toda essa nossa civilização. E o princípio da utilidade corrompe todos os setores da vida, nos fazendo crer que a própria vida tem que dar lucro. Vida é o dom dos deuses, para ser saboreada intensamente até que a Bomba de Nêutrons ou o vazamento da usina nuclear nos separe deste pedaço de carne pulsante, único bem de que temos certeza.



Além da utilidade


O amor. A amizade. O convívio. O júbilo do gol. A festa. A embriaguez. A poesia. A rebeldia. Os estados de graça. A possessão diabólica. A plenitude da carne. O orgasmo. Estas coisas não precisam de justificação nem de justificativas.


Todos sabemos que elas são a própria finalidade da vida. As únicas coisas grandes e boas, que pode nos dar esta passagem pela crosta deste terceiro planeta depois do Sol (alguém conhece coisa além- Cartas à redação). Fazemos as coisas úteis para ter acesso a estes dons absolutos e finais. A luta do trabalhador por melhores condições de vida é, no fundo, luta pelo acesso a estes bens, brilhando além dos horizontes estreitos do útil, do prático e do lucro.


Coisas inúteis (ou "in-úteis") são a própria finalidade da vida.


Vivemos num mundo contra a vida. A verdadeira vida. Que é feita de júbilo, liberdade e fulgor animal.


Cem mil anos-luz além da utilidade, que a mística imigrante do trabalho cultiva em nós, flores perversas no jardim do diabo, nome que damos a todas as forças que nos afastam da nossa felicidade, enquanto eu ou enquanto tribo.


A poesia é u principio do prazer no uso da linguagem. E os poderes deste mundo não suportam o prazer. A sociedade industrial, centrada no trabalho servo-mecânico, dos USA à URSS, compra, por salário, o potencial erótico das pessoas em troca de performances produtivas, numericamente calculáveis.


A função da poesia é a função do prazer na vida humana.


Quem quer que a poesia sirva para alguma coisa não ama a poesia. Ama outra coisa. Afinal, a arte só tem alcance prático em suas manifestações inferiores, na diluição da informação original. Os que exigem conteúdos querem que a poesia produza um lucro ideológico.


O lucro da poesia, quando verdadeira, é o surgimento de novos objetos no mundo. Objetos que signifiquem a capacidade da gente de produzir mundos novos. Uma capacidade in-útil. Além da utilidade.


Existe uma política na poesia que não se confunde com a política que vai na cabeça dos políticos. Uma política mais complexa, mais rarefeita, uma luz política ultra-violeta ou infra-vermelha. Uma política profunda, que é crítica da própria política, enquanto modo limitado de ver a vida.


O indispensável in-útil


As pessoas sem imaginação estão sempre querendo que a arte sirva para alguma coisa. Servir. Prestar. O serviço militar. Dar lucro. Não enxergam que a arte (a poesia é arte) é a única chance que o homem tem de vivenciar a experiência de um mundo da liberdade, além da necessidade. As utopias, afinal de contas, são, sobretudo, obras de arte. E obras de arte são rebeldias.


A rebeldia é um bem absoluto. Sua manifestação na linguagem chamamos poesia, inestimável inutensílio.


As várias prosas do cotidiano e do(s) sistema(s) tentam domar a megera.


Mas ela sempre volta a incomodar.


Com o radical incômodo de urna coisa in-útil num mundo onde tudo tem que dar um lucro e ter um por quê.


Pra que por quê?


ENSAIOS e ANSEIOS CRIPTICOS, Ed. Pólo Editorial Paraná, Curitiba, PR, 1997, p. 77-79.



Vale a pena fazer um parenteses sobre este autor, que aqui em Curitiba , após sua morte (notem bem , após sua morte) , virou uma lenda urbana local e marco referencial dos literatos (e chatos) de plantão, que, vez por outra o citam aqui e ali a fim de demonstrar algum grau de erudição , quando de fato nunca leram nenhuma obra deste autor. Este fato é notório no meio acadêmico que padece deste senso comum, onde talvez em algum momento eu me ache incluso, que cita obras como Ulisses-James Joyce, Mediterrâneo – Fernand Braudel e o Catatau- Paulo Leminski , entre outras obras, que todo mundo cita e ninguém lê. Isto me lembra até aquele velho ditado sobre cabeça de bacalhau e enterro de anão , coisas de que todo mundo ouve falar e ninguém vê!


Mas, fechando o parenteses o que posso dizer sobre o autor, de quem possuo um parco conhecimento, é que depois de ser apresentado a este autor de forma tão interessante , estou lendo seu livro chamado “Ensaio e Anseios Crípticos” , por sinal muito interessante. De fato ele merece a notoriedade que alcançou, ainda que tardia.


Imagens do Isqueiro Azul

Amizades , Capital e Leminski


De uns dias para cá tenho refletido muito (como já o fiz outras vezes) à respeito do valor da amizade.


Acredito e penso que que não esteja solitário em minha opinião, de que cada vez mais, estamos perdendo o sentido e o valor deste bem ou patrimônio tão importante. Este bem tem se perdido em meio a um mar de vaidades e desejos, onde todos em algum momento , seja de modo inconsciente ou não, busca se utilizar desta como meio para alcançar os seus fins, seja lá quais forem.


Acredito que em algum momento todos nós de uma forma ou outra acabemos envolvidos neste panorama sombrio , porém real. É o ocaso da humanidade! Tudo é lucro , tudo é prejuízo e a amizade e outros valores (veja só valores!) , são cada vez mais, medidos de maneira objetiva , como se faz com o dinheiro ou um bem comercializável qualquer.


Em certo momento , no alto desta reflexão , um aluno veio a mim com um texto do Paulo Leminski sobre a “Ditadura da Utilidade” e que em certos aspectos traduz de modo muito mais coerente e sucinto este meu sentimento de indignação , de forma que acrescento aqui o dito cujo.


E sem mais delongas o dito texto:


( Pensei colocar só trecho em questão , mas, no ultimo momento resolvi que deveria , citá-lo por completo)



Inutensílio


A ditadura da utilidade


A burguesia criou um universo onde todo gesto tem que ser útil. Tudo tem que ter um para quê, desde que os mercadores, com a Revolução Mercantil, Francesa e Industrial, substituíram no poder aquela nobreza cultivadora de inúteis heráldicas, pompas não rentáveis e ostentosas cerimônias intransitivas. Parecia coisa de índio. Ou de negro. O pragmatismo de empresários, vendedores e compradores, mete preço em cima de tudo. Porque tudo tem que dar lucro. Há trezentos anos, pelo menos, a ditadura da utilidade é unha e carne com o lucrocentrismo de toda essa nossa civilização. E o princípio da utilidade corrompe todos os setores da vida, nos fazendo crer que a própria vida tem que dar lucro. Vida é o dom dos deuses, para ser saboreada intensamente até que a Bomba de Nêutrons ou o vazamento da usina nuclear nos separe deste pedaço de carne pulsante, único bem de que temos certeza.



Além da utilidade


O amor. A amizade. O convívio. O júbilo do gol. A festa. A embriaguez. A poesia. A rebeldia. Os estados de graça. A possessão diabólica. A plenitude da carne. O orgasmo. Estas coisas não precisam de justificação nem de justificativas.


Todos sabemos que elas são a própria finalidade da vida. As únicas coisas grandes e boas, que pode nos dar esta passagem pela crosta deste terceiro planeta depois do Sol (alguém conhece coisa além- Cartas à redação). Fazemos as coisas úteis para ter acesso a estes dons absolutos e finais. A luta do trabalhador por melhores condições de vida é, no fundo, luta pelo acesso a estes bens, brilhando além dos horizontes estreitos do útil, do prático e do lucro.


Coisas inúteis (ou "in-úteis") são a própria finalidade da vida.


Vivemos num mundo contra a vida. A verdadeira vida. Que é feita de júbilo, liberdade e fulgor animal.


Cem mil anos-luz além da utilidade, que a mística imigrante do trabalho cultiva em nós, flores perversas no jardim do diabo, nome que damos a todas as forças que nos afastam da nossa felicidade, enquanto eu ou enquanto tribo.


A poesia é u principio do prazer no uso da linguagem. E os poderes deste mundo não suportam o prazer. A sociedade industrial, centrada no trabalho servo-mecânico, dos USA à URSS, compra, por salário, o potencial erótico das pessoas em troca de performances produtivas, numericamente calculáveis.


A função da poesia é a função do prazer na vida humana.


Quem quer que a poesia sirva para alguma coisa não ama a poesia. Ama outra coisa. Afinal, a arte só tem alcance prático em suas manifestações inferiores, na diluição da informação original. Os que exigem conteúdos querem que a poesia produza um lucro ideológico.


O lucro da poesia, quando verdadeira, é o surgimento de novos objetos no mundo. Objetos que signifiquem a capacidade da gente de produzir mundos novos. Uma capacidade in-útil. Além da utilidade.


Existe uma política na poesia que não se confunde com a política que vai na cabeça dos políticos. Uma política mais complexa, mais rarefeita, uma luz política ultra-violeta ou infra-vermelha. Uma política profunda, que é crítica da própria política, enquanto modo limitado de ver a vida.


O indispensável in-útil


As pessoas sem imaginação estão sempre querendo que a arte sirva para alguma coisa. Servir. Prestar. O serviço militar. Dar lucro. Não enxergam que a arte (a poesia é arte) é a única chance que o homem tem de vivenciar a experiência de um mundo da liberdade, além da necessidade. As utopias, afinal de contas, são, sobretudo, obras de arte. E obras de arte são rebeldias.


A rebeldia é um bem absoluto. Sua manifestação na linguagem chamamos poesia, inestimável inutensílio.


As várias prosas do cotidiano e do(s) sistema(s) tentam domar a megera.


Mas ela sempre volta a incomodar.


Com o radical incômodo de urna coisa in-útil num mundo onde tudo tem que dar um lucro e ter um por quê.


Pra que por quê?


ENSAIOS e ANSEIOS CRIPTICOS, Ed. Pólo Editorial Paraná, Curitiba, PR, 1997, p. 77-79.



Vale a pena fazer um parenteses sobre este autor, que aqui em Curitiba , após sua morte (notem bem , após sua morte) , virou uma lenda urbana local e marco referencial dos literatos (e chatos) de plantão, que, vez por outra o citam aqui e ali a fim de demonstrar algum grau de erudição , quando de fato nunca leram nenhuma obra deste autor. Este fato é notório no meio acadêmico que padece deste senso comum, onde talvez em algum momento eu me ache incluso, que cita obras como Ulisses-James Joyce, Mediterrâneo – Fernand Braudel e o Catatau- Paulo Leminski , entre outras obras, que todo mundo cita e ninguém lê. Isto me lembra até aquele velho ditado sobre cabeça de bacalhau e enterro de anão , coisas de que todo mundo ouve falar e ninguém vê!


Mas, fechando o parenteses o que posso dizer sobre o autor, de quem possuo um parco conhecimento, é que depois de ser apresentado a este autor de forma tão interessante , estou lendo seu livro chamado “Ensaio e Anseios Crípticos” , por sinal muito interessante. De fato ele merece a notoriedade que alcançou, ainda que tardia.


Imagens do Isqueiro Azul

sábado, março 06, 2010

Cavernas em Todo Canto

Voltando a ideia das cavernas , a imagem da Caverna de Platão tem sido nos últimos tempos uma imagem recorrente  e tem tido lugar cativo na minha mente , nos últimos dias.


Tenho pensado, o quanto esta alegoria tem-se feito presente, de forma constante nos variados setores da vida. E como pode ser difícil tomar consciência deste fato, e ainda, do desafio de pensar diferente , com relação a tudo que outrora era visto como realidade concreta .


Cavernas em Todo Canto

Voltando a ideia das cavernas , a imagem da Caverna de Platão tem sido nos últimos tempos uma imagem recorrente  e tem tido lugar cativo na minha mente , nos últimos dias.


Tenho pensado, o quanto esta alegoria tem-se feito presente, de forma constante nos variados setores da vida. E como pode ser difícil tomar consciência deste fato, e ainda, do desafio de pensar diferente , com relação a tudo que outrora era visto como realidade concreta .


Ócio, Procastinação e Trabalho






Faz um bom tempo tenho observado no mundo e, em mim  mesmo uma constante pressa . Parece que o mundo todo tem pressa . Necessidade encontrar algo , que não se sabe o que é!
Por outro lado tenho ouvido e visto um termo muito recorrente por estes dia e que atende pelo nome de procrastinação.
Também tenho pensado que cada vez menos tempo para fazer as coisas de que gosto. Não desenho e nem pinto mais,  meu pobre violão está entregue a poeira, etc...
O que todas estas coisas podem ter em comum?
Acredito quem tem haver com muitas coisas , mais necessariamente com o desejo e a necessidade cada vez mais imperiosa de sermos produtivos o tempo todo.
Acontece que esta semana estava lendo uma revista que trazia um artigo que tratava a respeito da necessidade do ócio, e que este não implica necessariamente em preguiça.
O ócio em termos gerais consiste basicamente em tempo livre para nos dedicarmos àquilo  ou as coisas que nos colocam em contato conosco  e podem gerar prazer, contemplação , entre outros aspectos.


O que ocorre é que estamos mergulhados em uma sociedade do trabalho onde falar mal dele ou pensar a vida com um pouco menos dele , para alguns, chega a ser visto como heresia. Fomos doutrinados de tal forma a trabalhar e a sermos produtivos o tempo todo, que não conseguimos pensar a vida em outros termos , que não estes. Este fato implica que os indivíduos quando se acham longe do trabalho acabam por procurar por ele até nos momentos de descanso. Portanto, descansar ou mesmo praticar o ócio tornam-se uma tortura, até porque estes momentos são momentos de reflexão e de contato consigo , o que pode ser um grande problema!  O problema pode residir no fato de que nos ou o indivíduos temos que lutar com problemas , frustrações, traumas , uma vida pessoal mal resolvida , questões estas que se escondem ou são esquecidas durante a rotina diária de trabalho , mas, que se fazem presente nos momentos de ócio.
Por outro lado surge um sentimento durante as horas infindas de trabalho de que algo nos escapa , que a vida não é apenas trabalho , que deve haver algo mais e que faz com que geremos desculpas inconscientes e sistemáticas para não fazermos coisa, que muitas vezes possuem certa importância , esta prática consiste na procrastinação.
Estas duas situações tão distintas em relação a vida e ao trabalho tem em comum alguns pontos:
*Um desejo de fuga;
*Sentimento de culpa;
*Compulsão em repetir  atitudes e comportamentos que geram insatisfação ou dor  pelo  fato de serem inconscientemente familiares e portanto , uma experiência conhecida, e, entre outros aspectos segura.
Poxa! Viajei!
Viagem ou não. Verdade ou não.  É necessário que tenhamos momentos de reflexão, relaxamento, diversão prazer , entre outros aspectos para que possamos ter não apenas uma vida mais produtiva e de qualidade ,mas, integral e feliz.
Porém mudar e escapar da caverna é algo dolorido e difícil.






Ócio, Procastinação e Trabalho






Faz um bom tempo tenho observado no mundo e, em mim  mesmo uma constante pressa . Parece que o mundo todo tem pressa . Necessidade encontrar algo , que não se sabe o que é!
Por outro lado tenho ouvido e visto um termo muito recorrente por estes dia e que atende pelo nome de procrastinação.
Também tenho pensado que cada vez menos tempo para fazer as coisas de que gosto. Não desenho e nem pinto mais,  meu pobre violão está entregue a poeira, etc...
O que todas estas coisas podem ter em comum?
Acredito quem tem haver com muitas coisas , mais necessariamente com o desejo e a necessidade cada vez mais imperiosa de sermos produtivos o tempo todo.
Acontece que esta semana estava lendo uma revista que trazia um artigo que tratava a respeito da necessidade do ócio, e que este não implica necessariamente em preguiça.
O ócio em termos gerais consiste basicamente em tempo livre para nos dedicarmos àquilo  ou as coisas que nos colocam em contato conosco  e podem gerar prazer, contemplação , entre outros aspectos.


O que ocorre é que estamos mergulhados em uma sociedade do trabalho onde falar mal dele ou pensar a vida com um pouco menos dele , para alguns, chega a ser visto como heresia. Fomos doutrinados de tal forma a trabalhar e a sermos produtivos o tempo todo, que não conseguimos pensar a vida em outros termos , que não estes. Este fato implica que os indivíduos quando se acham longe do trabalho acabam por procurar por ele até nos momentos de descanso. Portanto, descansar ou mesmo praticar o ócio tornam-se uma tortura, até porque estes momentos são momentos de reflexão e de contato consigo , o que pode ser um grande problema!  O problema pode residir no fato de que nos ou o indivíduos temos que lutar com problemas , frustrações, traumas , uma vida pessoal mal resolvida , questões estas que se escondem ou são esquecidas durante a rotina diária de trabalho , mas, que se fazem presente nos momentos de ócio.
Por outro lado surge um sentimento durante as horas infindas de trabalho de que algo nos escapa , que a vida não é apenas trabalho , que deve haver algo mais e que faz com que geremos desculpas inconscientes e sistemáticas para não fazermos coisa, que muitas vezes possuem certa importância , esta prática consiste na procrastinação.
Estas duas situações tão distintas em relação a vida e ao trabalho tem em comum alguns pontos:
*Um desejo de fuga;
*Sentimento de culpa;
*Compulsão em repetir  atitudes e comportamentos que geram insatisfação ou dor  pelo  fato de serem inconscientemente familiares e portanto , uma experiência conhecida, e, entre outros aspectos segura.
Poxa! Viajei!
Viagem ou não. Verdade ou não.  É necessário que tenhamos momentos de reflexão, relaxamento, diversão prazer , entre outros aspectos para que possamos ter não apenas uma vida mais produtiva e de qualidade ,mas, integral e feliz.
Porém mudar e escapar da caverna é algo dolorido e difícil.






O Que é Importante?

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